Paulo Querido - A Internet Como Forma de Interacção e Auscultação O Mercado
Paulo Querido é jornalista desde 1981, tendo sido agraciado com vários prémios [Prémio Jornalismo Raul Junqueiro APDC/Ericsson, Prémio Algarve/Imprensa, Prémio Gandula] e é colaborador permanente no Expresso após passagens pelo Gazeta dos Desportos, Diário Popular, Rádio Algarve, Correio Informático e Recortes.A par da actividade jornalística, tem desenvolvido actividades como consultor de sistemas informáticos editoriais. Tem diversas publicações em livro: “Amizades Virtuais, Paixões Reais, a Sedução pela Escrita”, Co-autor do livro “Blogs”, Autor do livro “Homo Conexus – O Que Nos Acontece Depois De Nos Ligarmos à Internet”, Co-autor da obra “O Futuro da Internet”, Co-autor do livro “O Fundamental do CorelDraw”. Tem sido orador e apresentador nos mais diversos eventos relacionados com informática e Internet.
Sinteticamente, as ferramentas de comunicação proporcionadas pela Internet servem às organizações em três áreas:
- comunicação interna
- comunicação externa
- avaliação passiva do comportamento dos seus públicos-alvo
Na primeira área as vantagens são evidentes e brutais. A Internet permite reduzir drasticamente os custos de comunicação e oferece soluções para todo o tipo de trabalho, com particular relevo para o trabalho colaborativo, ou grupal. Dos blogues aos wikis ao youtube passando pelas aplicações de escritório online.
Uma organização que use inteligentemente estas ferramentas dá um passo em frente na comunicação e poupa despesas. Por inteligente, aqui, entendo dar aos seus membros (funcionários, colaboradores, etc) a autonomia e o estímulo para descobrirem por si próprios os caminhos da comunicação reticular.
Em termos de comunicação com o exterior é preciso muito mais cuidado e tendo a ser um pouco conservador. Não concordo que toda a qualquer organização se sinta compelida a criar blogues, foruns ou espaços para "comunicar com o cliente". Essa comunicação é eventualmente muito perigosa. Na web as audiências têm comportamentos peculiares e as más imagens são fáceis de construir e difíceis de apagar. Tudo o que soe a falso é imediatamente detectado e vira-se contra o emissor. Mais vale ter um blogue não oficial, dirigido por alguém da organização a quem é dada muita latitude, inclusivé para criticar, do que um blogue formal -- que será visto como mera correia panfletária e como tal mais ou menos ignorado.
As excepções a esta espécie de regra são escassas, enquanto os exemplos que a confirmam abundam.
Esta segunda área tem sido a mais badalada pelos media e um pouco por toda a sociedade, mas não a considero a mais importante.
Já a terceira área tem sido muito negligenciada, sobretudo em Portugal.
A web é um espaço laboratorial incrível e um autêntico ninho de tendências sociais. Avaliar os comportamentos de forma passiva -- quer seguindo grupos que correspondam mais ou menos ao alvo da organização, quer criando tais grupos para os estudar -- comporta poucos riscos e tem grandes benefícios. Seja a avaliar o nosso nicho, seja a avaliar a concorrência.


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