Paulo Querido - A Internet Como Forma de Interacção e Auscultação O Mercado

Paulo Querido é jornalista desde 1981, tendo sido agraciado com vários prémios [Prémio Jornalismo Raul Junqueiro APDC/Ericsson, Prémio Algarve/Imprensa, Prémio Gandula] e é colaborador permanente no Expresso após passagens pelo Gazeta dos Desportos, Diário Popular, Rádio Algarve, Correio Informático e Recortes.
A par da actividade jornalística, tem desenvolvido actividades como consultor de sistemas informáticos editoriais. Tem diversas publicações em livro: “Amizades Virtuais, Paixões Reais, a Sedução pela Escrita”, Co-autor do livro “Blogs”, Autor do livro “Homo Conexus – O Que Nos Acontece Depois De Nos Ligarmos à Internet”, Co-autor da obra “O Futuro da Internet”, Co-autor do livro “O Fundamental do CorelDraw”. Tem sido orador e apresentador nos mais diversos eventos relacionados com informática e Internet.
Cria a primeira rede editorial de blogues [http://tubaraoesquilo.pt/]. Membro do Grupo de Alto Nível da Associação para a Promoção e Desesenvolvimento da Sociedade da Informação, Formador na área do jornalismo online ao serviço do Observatório de Imprensa, Fundador do projecto weblog.com.pt, web-activista, participação em diversos projectos; Faz primeira entrevista transatlântica utilizando a Internet (João Cabeçadas, circum-navegador, para o Expresso) (1989); Editor do primeiro suplemento regular de informática da Imprensa portuguesa, Bit-bit (Diário Popular), em 1984/85. Fundador e director da inovadora BBS “A Rede”, onde lançou a primeira edição digital europeia na Internet de um orgão de comunicação social (o semanário Blitz). Responsável pelo primeiro título português com edição simultânea no papel e na Internet (o jornal Correio Informático/Computerworld, de que era Chefe de Redacção). Fundador da primeira empresa gráfica totalmente assente nas novas tecnologias (Cibergráfica). Mantém o blog "Mas Certamente Que Sim!".
Para o Paulo, o nosso abraço e agradecimentos.
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Sinteticamente, as ferramentas de comunicação proporcionadas pela Internet servem às organizações em três áreas:

  • comunicação interna
  • comunicação externa
  • avaliação passiva do comportamento dos seus públicos-alvo

Na primeira área as vantagens são evidentes e brutais. A Internet permite reduzir drasticamente os custos de comunicação e oferece soluções para todo o tipo de trabalho, com particular relevo para o trabalho colaborativo, ou grupal. Dos blogues aos wikis ao youtube passando pelas aplicações de escritório online.
Uma organização que use inteligentemente estas ferramentas dá um passo em frente na comunicação e poupa despesas. Por inteligente, aqui, entendo dar aos seus membros (funcionários, colaboradores, etc) a autonomia e o estímulo para descobrirem por si próprios os caminhos da comunicação reticular.

Em termos de comunicação com o exterior é preciso muito mais cuidado e tendo a ser um pouco conservador. Não concordo que toda a qualquer organização se sinta compelida a criar blogues, foruns ou espaços para "comunicar com o cliente". Essa comunicação é eventualmente muito perigosa. Na web as audiências têm comportamentos peculiares e as más imagens são fáceis de construir e difíceis de apagar. Tudo o que soe a falso é imediatamente detectado e vira-se contra o emissor. Mais vale ter um blogue não oficial, dirigido por alguém da organização a quem é dada muita latitude, inclusivé para criticar, do que um blogue formal -- que será visto como mera correia panfletária e como tal mais ou menos ignorado.
As excepções a esta espécie de regra são escassas, enquanto os exemplos que a confirmam abundam.

Esta segunda área tem sido a mais badalada pelos media e um pouco por toda a sociedade, mas não a considero a mais importante.

Já a terceira área tem sido muito negligenciada, sobretudo em Portugal.
A web é um espaço laboratorial incrível e um autêntico ninho de tendências sociais. Avaliar os comportamentos de forma passiva -- quer seguindo grupos que correspondam mais ou menos ao alvo da organização, quer criando tais grupos para os estudar -- comporta poucos riscos e tem grandes benefícios. Seja a avaliar o nosso nicho, seja a avaliar a concorrência.

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